O Município de Pombal pretende conhecer os “termos de negócio” entre a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Pombal e a Adepombal – Adega Cooperativa de Pombal, tratando-se de um património doado pelo próprio município. Para o efeito, o executivo municipal intentou uma acção judicial que já deu entrada no Juízo Central Cível do Tribunal Judicial da Comarca de Leiria.
Em declarações ao Pombal Jornal, o presidente da Câmara de Pombal esclareceu que a acção pretende “conhecer os termos da compra” por parte da Caixa Agrícola dos terrenos que o município doou à cooperativa para o fim específico de ali construir as suas instalações, junto ao Parque Industrial Manuel da Mota.
“A informação de que disponho é que a Caixa tenha comprado o imóvel”, mas desconhece a quem e de que forma, adiantando que “o objecto social dos bancos não é a compra e venda de imóveis”. “Se um banco actua no mercado como uma imobiliária alguma coisa pode não estar bem”, disse.
O autarca realça que o terreno foi doado à Adega Cooperativa para um fim específico, pelo que se existe a intenção de ser alterado a sua propriedade ou o seu fim devia ser do conhecimento do próprio município. “A entidade municipal vai ter de actuar em dupla componente: como entidade doadora e como entidade licenciadora”, explica, frisando que ao haver uma alteração de loteamento e de finalidade, a mesma terá de ser apreciada à Assembleia Municipal e “parece haver toda a importância que haja uma clarificação”.
Diogo Mateus acrescenta que já reuniu com os dirigentes da instituição bancária e com o interessado comprador, não tenho ficado devidamente esclarecido. “Isto não é património qualquer, é um património que o município ofereceu para uma finalidade específica”.
“Fiquei um bocadinho desagradado porque a Caixa não devia ter actuado desta forma sem articular com a Câmara”, frisa.
Recorde-se que a Adepombal – Adega Cooperativa de Pombal “abandonou” a sua actividade há cerca de uma dezena de anos, quando era dirigida por Rui Benzinho, apresentando uma situação difícil em termos económicos e financeiros, nunca se ter conseguido recuperado ou revitalizado.