Os presidentes das câmaras municipais de Pombal e de Soure assinaram no passado dia 20, um protocolo de “entendimento e cooperação técnica” visando o tratamento de águas residuais de populações de localidades fronteiras de ambos os concelhos. O momento foi realizado junto à “nascente do Ourão”, na localidade de Barreiras, na freguesia da Redinha (Pombal), principal fonte de abastecimento de água à vila de Soure, tal como abasteceu, durante largos anos, parte do concelho de Pombal.
Para o presidente da Câmara de Soure, Mário Jorge Nunes, aquela cooperação dá “continuidade a práticas de boa gestão autárquica e de boa vizinhança que não são de hoje”. O autarca socialista enalteceu o facto de a “estratégia” ser a de “salvar a bacia hidrográfica do [rio] Anços”, até porque é “muito importante em termos de piscicultura, de meio ambiente, agrícola e de consumo de água”.
Mário Jorge Nunes deixou, contudo, um alerta: “devemos estar muito atentos à actividade económica que vai proliferando e que se mantém”, quer ao nível de “exploração de recursos naturais”, como pedreiras, saibreiras e caulinos, “que podem ser factores de contaminação dos aquíferos”. Mas também “as outras actividades industriais e agro-pecuárias”, disse, salientando que os dois municípios estão a dar o exemplo ao tratar as águas residuais “numa moderna ETAR que Pombal criou em Almagreira”.
Por sua vez, o autarca de Pombal, Diogo Mateus, optou por sublinhar a decisão da realização daquela cooperação intermunicipal, enaltecendo as “mais-valias” em termos “funcionais, técnicas, mas também financeiras”.
“Eu acho que o gestor moderno, o gestor público racional, deve procurar com abertura, fazer avaliações” e decidir em “consciência”, disse o autarca social-democrata, convicto que “esta é a melhor solução”.