N(A) ESCOLA DA VIDA | Anda, anda daí!

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Era outono de 2017. Em novembro surgia uma iniciativa diferente em Pombal. A divulgação convidava curiosos e interessados. Não se conheciam todos, mas havia um denominador comum: o gosto pela cultura, seja qual for a essência que a tece. Se sabiam o que os esperava ao certo? Não. Porém, talvez seja precisamente o incerto que desafia e conquista. A ideia era não estarem apenas do lado de quem assiste, numa plateia… mas serem também agentes implicados na seleção de uma parte da oferta cultural do município, sob a coordenação de um mediador local.
Desde então, os encontros têm sido ao sábado, no Teatro-Cine – o edifício que sempre me reporta para as “Tartarugas Ninja”, que ainda cheguei a ver, num daqueles bancos de madeira. Tantos sábados, quantos os necessários para se sentarem em frente a uma tela ou à volta de uma mesa redonda… porque as quadradas ou retangulares criam esquinas e arestas, como quem separa, e as redondas incitam harmonia e proximidade. Como, afinal, se deseja que funcionem os projetos, independentemente da matriz e da matéria-prima de que são feitos.
Desde aquele ano, esse grupo de curiosos e interessados tem também participado no Dia Europeu do Espectador, uma organização do projeto europeu Be SpecACTive e que se traduz num evento presencial e on line realizado em simultâneo em diversos equipamentos culturais de diferentes cidades europeias. O Teatro-Cine de Pombal tem sido uma das instituições participantes e cuja assiduidade se registará igualmente na edição de 2019, momento que marcará, ainda, o início de uma nova caminhada conjunta em prol da oferta cultural municipal.
Há precisamente um ano, Pombal foi palco da Festopia. Uma autêntica utopia encarnada em festa, permitindo a materialização de mundos que vivem no imaginário de quem ousa. E a gestão (de ideias, orçamentos, disponibilidades e gostos a pensar nos e para os Outros) é ousar. Nem sempre é uma tarefa pacífica, mas permite-nos ver o mundo como Mr. Keating ensinou aos seus alunos: sob outros primas e outros reflexos. E contribui, ainda, para compreender que a Educação e Formação de Adultos pode legitimamente acontecer para lá das salas de aula e das relações estereotipadas quando proporciona uma verdadeira cidadania ativa. Sim, programámos para ti. Anda, anda daí!

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Embora os documentos legais a identifiquem como natural de Pombal, foi em Coimbra que respirou autonomamente pela primeira vez. Assim, desde o penúltimo dia de dezembro de 1982 assumiu um compromisso com a vida: aprender a ser. Quase duas décadas depois regressou à cidade do Fado e do Mondego para dar continuidade à sua formação académica na área de Ciências da Educação. Aprofundaria aqui o significado de outro pilar: aprender a conhecer. Começou a aprender a fazer em 2007, quando a socialização profissional lhe abriu as portas no ramo da Educação e Formação de Adultos, no qual tem trabalhado e realizado investigação. Gosta de “sair por aí” e observar e fotografar todas as esquinas. Reserva ainda tempo para a escrita, sentindo-a como um elixir lhe permite (re)descobrir uma energia anímica e uma força motriz nos cantos mais inóspitos aos quais muitos olhares não associariam qualquer pulsar. É, neste campo, autora de obras literárias individuais e de vários textos e poemas publicados em coletâneas. E é assim que lê, sente e inala o mundo, num permanente aprender a viver com os outros.