N(A) ESCOLA DA VIDA | (Entre)laços

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Dezembro significa, para muitos seres humanos, o último capítulo de mais um livro. Ou um fascículo. Uma esperança renovada que, ao suspirar de cada dia que se aproxima do epílogo, traz alento e utopia. E promessas. Muitas! Que este ano será diferente. Será “o” ano. Que se vai iniciar “aquela” dieta. Estar mais com as pessoas. Ir (e rir) mais. Fazer mais e diferente. Mas de que adianta ingerir doze passas ao ritmo de cada badalada, da sirene e dos foguetes de lágrimas se, depois, no tal novo capítulo, o tempo simplesmente… passa? E, em lágrimas (metafóricas ou catárticas) se conclui no epílogo que, afinal, (quase) tudo foi igual?
Por esta altura há vontades desmedidas, compras corridas, filas compridas. Há muitos presentes e poucas presenças. Há, entre gentes, laços sem abraços. E abraços que não enlaçam nem adoçam. Porque (já) não está quem os dê.
É também para isso que a educação para os valores procura sensibilizar: desprender do material, cultivar o que floresce do coração e (per)dura para além das horas vazias que simplesmente passam.
E é isto que seria positivo que existisse agora e em qualquer dia porque o Natal não é hoje, mas sempre que o quisermos: uma sábia visão estratégica para, das adversidades, dos ventos agrestes e impiedosos, debaixo das nuvens cinzentas, das amarguras, dos (des)encontros, dos momentos tremidos, da reversa dos (e aos) silêncios e de sabe-se lá de que mais: (Re)inventar, (Re)acreditar e (Re)construir. E fazer. E, mais do que isso, fazer acontecer. De forma genuína e partilhada. Mas, sempre, com e por amor. Porque não faz sentido se assim não for.

Isabel Moio

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Embora os documentos legais a identifiquem como natural de Pombal, foi em Coimbra que respirou autonomamente pela primeira vez. Assim, desde o penúltimo dia de dezembro de 1982 assumiu um compromisso com a vida: aprender a ser. Quase duas décadas depois regressou à cidade do Fado e do Mondego para dar continuidade à sua formação académica na área de Ciências da Educação. Aprofundaria aqui o significado de outro pilar: aprender a conhecer. Começou a aprender a fazer em 2007, quando a socialização profissional lhe abriu as portas no ramo da Educação e Formação de Adultos, no qual tem trabalhado e realizado investigação. Gosta de “sair por aí” e observar e fotografar todas as esquinas. Reserva ainda tempo para a escrita, sentindo-a como um elixir lhe permite (re)descobrir uma energia anímica e uma força motriz nos cantos mais inóspitos aos quais muitos olhares não associariam qualquer pulsar. É, neste campo, autora de obras literárias individuais e de vários textos e poemas publicados em coletâneas. E é assim que lê, sente e inala o mundo, num permanente aprender a viver com os outros.