Terminou fevereiro, conhecido como o mês dos afetos. Mas não cessaram os afetos, porque estes não se circunscrevem a este mês; devem, sim, existir e persistir durante todo o ano, polvilhando todos os meses de carisma e sinergia.
Apesar de volvidos mais de dois milénios, o pensamento de Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.) ainda hoje se traduz em importantes lições, apelando à justiça, à ética e à honestidade. Há, na sua filosofia, o reconhecimento da importância da Educação e do desenvolvimento para a felicidade. Não será por acaso que afirmou que “a melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros”. Na sociedade atual (em que os meios de comunicação – sobretudo os tecnológicos que, muitas vezes, à distância de um clique, têm o potencial de nos agregar em redes sociais “virtuais” desprovidas de laços, projetando tentáculos que prendem e pseudópodes que criam a ilusão de andar sem sair do lugar), é essencial não alimentar o prolongamento de ínsulas, como se pudéssemos viver rodeados de indiferença e em autogestão.
No fundo, o nosso oxigénio também existe quando alimentamos a nossa relação com os outros. E esta é parte da mat(r)iz da Educação de Adultos… aquela área que, embora tantas vezes discreta no Sistema Educativo Português (ora elogiada ora remetida para um plano secundário), é das mais omnipresentes por estar embutida nas esquinas da rua, na História que conta cada pedra das calçadas, nas peças de teatro, nos serões culturais, nas exposições, na animação de rua, no envolvimento da comunidade em orçamentos participativos, no espírito dos visionários, no desporto, em ações de sensibilização, na inspiração e na sede de aprender. E isto ocorre ao Longo (e em todos os espaços) da Vida. Tal como o paradigma da Aprendizagem incita.
Embora nascida na cidade do Fado e do Mondego, o facto de ser natural de Pombal leva(-me) a olhar por este prisma, e com afeto, para esta cidade (uma das “minhas” cidades): o prisma, e o afeto, de quem respira e trabalha na (com e para a) Educação de Adultos. Sem conseguir olhar à volta e dissociar as iniciativas locais do que se espera do verdadeiro desígnio “ao Longo da Vida”. Porque aquelas cambiantes não se divorciam da Educação de Adultos. Assim sejas, Pombal.