Queria ser feliz como uma andorinha
Voar muito alto, viver livremente,
Ir para onde quiser e me apraz, de dia e de noite, sem vigia.
Enquanto ainda sou rapaz,
Na labuta sou negligente.
Trabalhar, só trabalhar,
Sempre a tempo inteiro,
Não tenho asas para voar,
Vivo num escuro cativeiro
Por não ter vocação para estudar.
A escola nunca me caiu em graça,
Mas, para quem teve a desgraça
De nunca aprender a ler,
Só sabe o que se passa,
Na terra onde for ter.
Ainda assim, confesso:
Neste mundo quero viver…
Me sinto como um jardim.
Embora, por vezes uma utopia…
É maravilhoso viver sempre assim.
Melhor seria num mundo sem fantasia…
Manuel Gonçalves Domingues