O novo projecto da zona de interface de transportes de Pombal já não inclui a ponte para unir as duas zonas da cidade, divididas pela linha ferroviária do Norte, que serão ligadas pela passagem subterrânea da estação de comboios. Esta é a grande alteração ao projecto inicialmente apresentado, o qual teve de ser reformulado, atendendo à “crescente escalada de preços”, que “colocou em causa a própria viabilidade” da obra, que será financiada no âmbito do Centro 2020. A nova proposta, que tem uma estimativa orçamental de 2,5 milhões de euros (acrescido de IVA), foi aprovada por unanimidade na última reunião de Câmara Municipal, realizada a 3 de Fevereiro.
“O projecto pretende unificar os equipamentos de serviços de transportes, nomeadamente a Central Rodoviária e a Estação da Refer (comboios), estabelecendo uma ligação física entre ambas”, explica a autarquia.
Assim, a parte poente (estação de comboios) é transformada “numa zona mais equilibrada e organizada” com “novas zonas verdes”, que incluem “espaços estar, lazer e parque infantil”.
O projecto agora aprovado pretende também integrar o novo espaço urbano com o existente, reformulando as vias rodoviárias na ligação ao interface, nomeadamente na via adjacente à estação, criando uma zona reservada aos transportes públicos ‘Pombus’, outra para táxis e ainda outra para deixar e buscar passageiros.
Já a restruturação da Central Rodoviária prevê a introdução de novas bolsas de espera, acopladas à anterior fachada principal, e a reorganização dos espaços públicos interiores (cafetaria e restaurante), que permitam “um acesso superior pedonal ao primeiro piso”, assim como através de elevador.
O piso zero da Central Rodoviária será “restruturado e reabilitado, propondo-se alterações nas instalações sanitárias, na cafetaria, no espaço antigo de escritórios, mas também ao nível de acabamentos nas circulações e zona de cais”.
Já o primeiro piso será “subdividido em espaços hoteleiros, como restaurantes e/ou bares”, com “ligação à nova plataforma intermodal”.
O interface modal dos transportes consiste numa “plataforma elevada, apoiada através de pilares metálicos circulares”, que fará a “ligação, protegida e directa, entre a central rodoviária e a ligação subterrânea da Refer (comboios)”, refere a edilidade, adiantando que para este espaço está prevista uma bilheteira, onde se poderá adquirir bilhetes para as viagens de comboio e de autocarro.
A ligação pedonal entre a estação de comboios e a Central de Camionagem terá ainda “continuidade” até ao parque de estacionamento automóvel das Cegonhas, que servirá de reforço à cidade.
O projecto fica completo com os arranjos exteriores, que “permitirão uma gestão, organização e dignificação do espaço urbano”.
“SOLUÇÕES ENQUADRADAS COM AS NECESSIDADES”
“As soluções agora propostas parecem-me bem enquadradas às necessidades e muito mais realistas face àquilo que se pretende para aquela zona”, defende a vereadora Odete Alves, aplaudindo a ideia de “eliminar de uma vez por todas a ponte aérea entre o Jardim do Cardal e a Central de Camionagem”, que contribuía para que “o custo originário da obra [quatro milhões de euros] fosse absolutamente astronómico e desnecessário”.
“A ligação pela passagem inferior já existente na estação de caminhos-de-ferro faz todo o sentido”, destacou a socialista, que desde o início defendeu esta solução, que será complementada com “uma ligação coberta até à estação de camionagem”.
Odete Alves assinalou ainda a “evidente necessidade da obra”, que vai intervir numa “zona bastante desordenada” e “extremamente degradada”, que “precisa de uma requalificação urgente”.
Ainda assim, este projecto “não resolve todos os problemas”, nomeadamente ao nível das “manobras dos autocarros”, onde era imperativo “ampliar a estação do cais de embarque e desembarque”. “De qualquer modo, esta é uma melhoria muito significativa”, frisou.
Também o presidente da Câmara Municipal concordou que “este projecto é muito mais condizente com a nossa realidade”. Agora “esperemos que o projecto seja célere e a obra possa ser concretizada até meados do próximo ano, para que seja alvo do financiamento previsto”, concluiu Pedro Pimpão.
Carina Gonçalves | Jornalista
*Notícia publicada na edição impressa de 17 de Fevereiro