Encontramo-nos atualmente num processo contínuo de desconfinamento e com ele, começam a ser conhecidos os indicadores económicos que resultam da suspensão parcial da economia portuguesa, decorrente da declaração da pandemia. É indubitável que as condições criadas pelo coronavírus provocaram um declínio acentuado da actividade económica, com consequências muito negativas sobre o nível de vida e o emprego.
E se no que à forma como, nacionalmente, enfrentámos a crise sanitária podemos dar-nos por satisfeitos, o mesmo não se aplica quando falamos na recuperação da economia portuguesa.
PONTOS FORTES:
• Aceleração da inovação
A mudança não controlável trazida por esta crise, obrigou-nos a sair da nossa zona de conforto e aquilo que habitualmente seria um processo mais lento – a inovação, entrou em aceleração. O avaliar as mudanças, criar novas soluções e pensar em alternativas tornou-se premente e inovar, virou uma questão de sobrevivência, para os mais variados sectores.
A pandemia, como agente de caos, confirmou a importância do desenvolvimento tecnológico e inovação para a competividade das empresas.
OPORTUNIDADES:
• Valorização do comércio local
O comércio local atravessa uma fase particularmente díficil, e com ela, surge uma oportunidade/necessidade de o valorizarmos mais e de percepcionarmos realmente a importância que ele tem para a dinâmica da economia local.
É hoje, mais do que nunca, importante acompanhar e apoiar económica e estrategicamente este sector e acima de tudo, promovê-lo – em particular, o comércio de proximidade. Este deve ser um compromisso de todos nós.
PONTOS FRACOS:
• Programa de recuperação económica
Surgiu recentemente a notícia da escolha de um privado gestor de uma petrolífera para delinear o programa de investimentos onde vão ser aplicados os 45 mil milhões de euros da UE – plano esse que influencia toda a estrutura económica do país e põe em causa o futuro dos portugueses. É incompreensível como é que se opta por escolher alguém de fora do governo (que conta com 70 membros) para governar e elaborar em 2 dias, um plano que será desenvolvido nos próximos 10 anos e no qual surgem algumas ideias tão avantgarde como a “requalificação da rede viária.”.
A surpresa é tão maior quando após alguma pesquisa acerca do novo “paraministro”, nos deparamos com afirmações como “não vale a pena investir em portugal” e “vivemos num país de fraquíssima inteligência.”
Para além do desrespeito pelas instituições, é a subversão dos príncipios da democracia em que toda a transparência e fiscalização, é posta em causa, bem como, o futuro da economia portuguesa.
AMEAÇAS:
• Segunda vaga do vírus
A ameaça de uma segunda vaga do vírus é uma possibilidade colocada por vários cientistas. Importa, portanto, aproveitar estes meses para nos prepararmos, continuando a pôr em prática as medidas sociais e de saúde pública e garantir uma estratégia para que esta, a existir, tenha o menor impacto possível na nossa economia e nas nossas vidas.
Nicolle Lourenço
Engª Eletrotécnica | Deputada Municipal PSD
nicolle_lo@hotmail.com