Em Março de 2014, a vida de Jorge e Sandra Ferreira sofreu uma reviravolta. Ao filho mais novo, que completaria três anos em Setembro, foi diagnosticada Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), uma doença neuromuscular, hereditária e degenerativa, altamente incapacitante e que afecta, principalmente, os meninos. Rara e muito grave, a DMD não tem cura, até à data. Com a progressão da doença, os pacientes deixam mesmo de andar, ficando confinados a uma cadeira de rodas ainda jovens.
Desde essa altura, e a um ritmo diário, os pais de Pedro desdobram-se em esforços para lhe dar qualidade de vida. Com um dia-a-dia repartido entre as múltiplas terapias, Sandra teve de deixar de trabalhar para poder acompanhar o filho. Da fisioterapia à piscina, passando pela terapia ocupacional ou pelas consultas regulares em Coimbra, sobra pouco tempo livre. Uma “luta diária”, mas que não perdem a esperança de vencer.
Mas estes esforços têm custos, e altos. Mensalmente, as despesas rondam as centenas de euros, sem contabilizar “os medicamentos naturais e tudo o resto”, contou o casal ao POMBAL JORNAL em Dezembro de 2016.
A história do pequeno Pedro, de oito anos, sensibilizou a comunidade e, desde então, várias acções de solidariedade foram já realizadas com o intuito de angariar verbas para apoiar os tratamentos do menino, que reside com os pais na localidade de Aroeiras, na freguesia de Abiul.
A Junta de Freguesia de Pombal também não ficou indiferente à batalha desta família e no próximo domingo, 1 de Dezembro, organiza uma caminhada solidária, com partida às 09h30, cujas verbas angariadas se destinam, na íntegra, a apoiar os tratamentos.
Quem se quiser associar a esta causa, basta fazer uma inscrição com o custo de cinco euros e no domingo de manhã, faça chuva ou faça sol, concentrar-se na Praça Faria da Gama (antiga Praça das Galinhas), junto ao edifício-sede daquela Junta de Freguesia.
Pais apelam ao apoio de todos
O Pedro nasceu no dia 8 de Setembro de 2011 e, após a realização de análises de despiste, veio a hecatombe, em forma de prenda amarga para a mãe que, nesse dia 19 de Março de 2014, completava 44 anos: o benjamim da família sofria de Distrofia Muscular de Duchenne.
“Faz fisioterapia e hidroterapia desde os 15 meses”, contam Jorge e Sandra. Além disso, e durante ano e meio, realizou um tratamento financiado pelo Sistema Nacional de Saúde que, segundo os pais, “o fragilizou e ao qual se tornou intolerante”, obrigando a uma suspensão do mesmo em Abril de 2018. Em Fevereiro de 2019 “perdeu significativamente a força muscular nas pernas, o que levou à utilização permanente da cadeira de rodas”, descreve o casal. Para agravar este quadro, “perdeu também alguma força nos braços e equilíbrio, não conseguindo manter-se em pé sem apoio”, relatam. Incansáveis e sempre sem baixar os braços, o Jorge e Sandra deslocaram-se em Abril deste ano à Tailândia para que o filho aí pudesse realizar um tratamento com células estaminais.
A par destes tratamentos, “desde sempre que continua com as terapias e recorremos também ao apoio nutricional de modo a evitar a inflamação dos músculos. Actualmente está a realizar um tratamento para tentar travar o avanço da doença” ainda que, de acordo com os pais, “o prognóstico transmitido pelos médicos é vir a ficar numa cadeira de rodas e mexer pouco mais do que os olhos”. Perante esta perspectiva pouco animadora, “temos tentado tudo o que podemos e conseguimos, com a ajuda e apoio de algumas pessoas que nos acompanham desde o início, às quais temos um enorme carinho e consideração e agradecemos o que têm feito por nós”, referem os pais. “O Pedro tem oito anos e merece um futuro melhor, por isso pedimos o apoio de todos mais uma vez”, afirmam, em jeito de sensibilização para que a comunidade participe na caminhada de domingo.