O PERFUME DA SERPENTÁRIA | A culpa é do Charisteas*

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“A DEMOCRACIA é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros”. Esta é talvez a frase de Winston Churchill mais vezes retorquida. Não sou um especial entusiasta desta asserção. Talvez por deixar subjacente uma perspectiva de “copo meio-vazio”. Apesar de reconhecer que o SISTEMA DEMOCRÁTICO não é perfeito, assenta naquele que para mim é o mais caro dos conceitos: IGUALDADE! A DEMOCRACIA é um dos mais honoráveis núncios do pensamento político e filosófico grego, inaugurado por Clístenes na Cidade-Estado de Atenas, há mais de 2.500 anos. Tantos anos depois, muitos ainda não lhe sentiram sequer o odor. A revista The Economist criou um índice para avaliar o estado da DEMOCRACIA dos diferentes países do mundo e, segundo os dados mais recentes, apenas um terço da Humanidade vive em DEMOCRACIA PLENA. Ao longo dos séculos, como nos dias de hoje, as mais inspiradoras lutas foram, e são, travadas pela conquista desse precioso legado da antiguidade clássica grega.
Aqui, neste nosso cantinho, também lutámos pela DEMOCRACIA. E conquistámo-la! Mas parece que nos estamos a esquecer que temos de a cuidar. Estas últimas eleições (as autárquicas) vieram confirmar, uma vez mais, que metade da população não participa no sufrágio. Não é crível que, passadas menos de cinco décadas da conquista da DEMOCRACIA, haja tanta gente que já não goste dela. Até porque quem não gosta da DEMOCRACIA já tem onde votar. Talvez tenha chegado a hora de reflectir seriamente sobre as razões deste alheamento E AGIR! Acredito que o afastamento dos cidadãos do processo DEMOCRÁTICO tenha uma multiplicidade de causas: dificuldades de transporte, estado de saúde, falta de identificação com as propostas políticas, iliteracia política, abstencionismo convicto, ignorância, preguiça,… É urgente estudar aprofundadamente as origens deste flagelo e combatê-las uma a uma. Quero acreditar que a Europa ainda seja o maior bastião da DEMOCRACIA e da LIBERDADE. Apesar desse epíteto, já se observam sinais preocupantes. O radicalismo, através do discurso enfeitiçador do justicialismo, parece apostado em atacar ferozmente a separação de poderes, teorizada primeiramente por Montesquieu e que é a base das Constituições das Nações DEMOCRÁTICAS. Os resultados desta demanda nefária já são visíveis na Hungria e na Polónia.
Sabemos que a elocução simplista do radicalismo tem o condão de arregimentar. A participação DEMOCRÁTICA é a forma de diluir estes assombros e reduzi-los à sua real expressão. Daí a premência em investigar exaustivamente as causas desta vertigem abstencionista e enfrentá-las recorrendo a todos meios disponíveis, sejam eles tecnológicos, educacionais ou infra-estruturais. Até pode ser que concluamos que a acrimónia que muitos sentem pela participação DEMOCRÁTICA seja causada pelo facto de terem sido os gregos a estragarem a festança do “nosso” Euro 2004 e, como represália, rejeitam tudo o que tenha origem na Grécia. Como foi o cavalheiro Angelos Charisteas, o marcador do golo da nossa desgraça, é ele o culpado deste “soluçar” da nossa DEMOCRACIA. GRANDE FILHO DA P***!

Aníbal Cardona
Consultor/Formador

* Ο συντάκτης αυτού του άρθρου πιστεύει ότι η νέα συμφωνία ορθογραφίας είναι χάλια.

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Engenheiro Técnico Agrário pela Escola Superior Agrária – IPB – Beja. Licenciado em Segurança e Higiene do Trabalho e Mestre em Gestão Integrada da Qualidade, Ambiente e Segurança pela Escola Superior de Segurança, Tecnologia e Aviação – ISEC – Lisboa. Foi durante mais de uma década responsável de Departamento da Qualidade, Ambiente e Segurança em diversas empresas. É consultor e formador em Sistemas de Gestão. É Professor Adjunto Convidado na Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Coimbra. Foi prelector / moderador em diversos congressos, seminários e work-shops sobre a temática da Segurança e Higiene do Trabalho e Gestão da Qualidade. É autor e co-autor de diversos artigos científicos publicados na área da Saúde Ocupacional. Desempenha actualmente as funções de vereador da Câmara Municipal de Pombal.