O Jardim do Cardal, em pleno centro da cidade de Pombal, vai sofrer obras de requalificação orçadas em cerca de meio milhão de euros. Na última reunião camarária, o executivo deliberou abrir concurso público para a execução da empreitada, que terá um prazo de execução de 240 dias.
De acordo com o gabinete projectista, a intervenção está integrada “numa estratégia de desenvolvimento urbano da cidade de Pombal” e tem como documento orientador o “masterplan” da zona de interface modal de transportes e áreas envolventes, incluindo a requalificação urbana da Várzea, enquadradas no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Pombal (PEDU).
O mesmo PEDU que prevê a valorização das “características e vivências” daquele jardim, considerado o “cartão de visitas” da cidade, ao colocá-lo “num ponto crucial de fluxos pedonais com a introdução de uma nova paisagem aérea pedonal sobre a linha férrea” que proporcionará a ligação das duas zonas da cidade.
De entre outras intervenções, o projecto pretende recuperar o espaço (percursos, pavimentos e vegetação) “tendo em conta a identidade do lugar e o projecto original, promovendo uma adaptação às necessidades e expectativas actuais, através de uma reinterpretação das intenções e utilização de materiais compatíveis com os existentes”, bem como criar “condições favoráveis à estadia e utilização do espaço para lazer, encontro e contemplação”.
Destaque para a intervenção no espaço central onde serão removidos os “pequenos canteiros e a pavimentação de todo o espaço, criando-se condições privilegiadas para a ocorrência de feiras, concertos e outros eventos”, refere o projectista, adiantando que será, ainda, introduzido “um elemento de água com nebulizadores, inserido na área pavimentada de forma a poder ser circulável, que quando está desligado não é visível, permitindo que seja ligado em dias especiais, ou nos dias de Verão mais quentes”.
“No contorno de todo o espaço central é proposto um alinhamento arbóreo, intercalado com bancos, que reforça a centralidade e a formalidade do espaço”, refere a memória descritiva do projecto, realçando que se tratam de “as novas árvores substituem as actualmente existentes na mesma área, cujo estado fitossanitário e risco de queda justifica o abate”. “Efectivamente tratam-se de árvores muito mal conformadas que contribuem para a imagem degradada do jardim”, frisa.
Pelo contrário, “as árvores que estão nas zonas verdes devem ser mantidas na sua quase totalidade, pelo seu porte e qualidade, e pelo facto de serem elementos emblemáticos do jardim.
O projecto mantém, na sua totalidade, a pérgula existente, “apenas com novo revestimento dos canteiros com espécies floridas, assim como a estrutura de caminho que a rodeia”, bem como outras reestruturações, “criando zonas de estadia em seu redor”.
Por outro lado, a proposta irá reorganizar o estacionamento nas traseiras do edifício da Câmara Municipal, “permitindo uma maior acessibilidade pedonal e valorizando a sua relação com o jardim, mantendo o número de lugares”.
“Em resumo, esta proposta parte das existências e recorre em parte a actuações conservadoras mantendo as linhas gerais do desenho original e recuperando os materiais e mobiliário urbano existentes”, refere o projectista, adiantando que “em pontos específicos optou-se por uma abordagem formal mais inovadora, como seja o eixo central e nas zonas verdes próximo da pérgula, por se considerar haver necessidade de uma melhor distribuição de fluxos pedonais e oferta de espaços de estar”.