Este sábado, 10 de Junho, o Jardim Municipal enche-se de cor e muita música para receber mais uma edição das Marchas Populares Cidade de Pombal, numa organização d’Os Amigos de Santo António e do Município.
A Marcha da CERCIPOM é uma das participantes nas Marchas Populares Cidade de Pombal. No Jardim do Cardal, onde terá lugar o evento, os 12 pares da instituição vão dar vida às tradições, tema da apresentação deste ano, apadrinhados por João Paulo Pedrosa (director do Centro Distrital de Leiria da Segurança Social) e de Ana Paula Santos (membro da direcção da CERCIPOM).
Com fatos confecionados por Esmeralda Mota, onde o verde e o dourado são os tons de eleição, os marchantes vão actuar ao som de uma música da autoria de Flávio Henriques Cardoso e escrita por Júlia Pereira Nunes, mãe de um utente e ex-colaboradora da instituição. Neste cenário de cor e brilho incluem-se, ainda, os arcos, executados, a várias mãos, por monitores, formadores e formandos, no Centro de Formação e Inclusão Sócio-Profissional da CERCIPOM.
Mas até que tudo estivesse pronto para a exibição, foram precisas muitas horas de ensaios. Desde meados de Fevereiro que o grupo prepara a participação, sob a coordenação de Isabel Miranda, colaboradora da casa e que, neste período, assumiu o papel de ensaiadora.
A primeira actuação da Marcha da CERCIPOM em Pombal remonta a 1998. Desde então, “registamos 22 participações”, conta Preciosa dos Santos, directora-geral. Neste trajecto contam-se apenas paragens em 1999 e, depois disso, só em 2020 e 2021, motivas pela pandemia.
“Durante vários anos, a Marcha da CERCIPOM foi a única da freguesia e cidade de Pombal a participar”, recorda ainda Preciosa dos Santos, que acrescenta aqui algumas excepções, como a participação das marchas da “Charneca, do Bairro Agorreta e da Escola Primária, que depois desistiram. Posteriormente começou também a participar a Marcha do Município de Pombal. Nesse intervalo, a única que se manteve sempre foi a da CERCIPOM”, conta.
Para a directora-geral, a actuação da marcha “é o momento de excelência de participação comunitária das pessoas com deficiência e incapacidade, em paridade com outras organizações sócio-culturais, num evento público, digno de relevo”, ou seja, “um verdadeiro registo da inclusão”, enfatiza aquela responsável. “Constitui uma valorização pessoal e social das pessoas com deficiência, permitindo simultaneamente evidenciar para a envolvente comunitária, as suas competências, disseminando assim uma perspectiva e imagem positivas das pessoas diferentes”, acrescenta.
Para além da participação do próximo dia 10, os marchantes da CERCIPOM deverão levar o nome de Pombal a outras paragens. Se tudo correr como é habitual, este ano a instituição deverá marcar presença em seis espectáculos. Para que estas participações sejam possíveis, conta com o “imprescindível” apoio financeiro do Município e da Junta de Freguesia de Pombal.
Mata Mourisca e Pombal
A Mata Mourisca é já presença habitual nas marchas da cidade de Pombal (só faltaram a uma edição). A história da Bela e do Monstro serviu de inspiração ao espectáculo deste ano, apadrinhado por Cátia Domingues e João Pedro Baptista. Ao todo, cerca de 60 pessoas, incluindo-se aqui os 20 pares de marchantes e as cinco crianças, prometem fazer reviver a magia do emblemático conto de fadas. Os arranjos musicais são da autoria de Miguel Alves e a letra tem assinatura de Anabela Coteiro. Por sua vez, os fatos foram confecionados por Cláudia Domingues e os arcos feitos por elementos da direcção do rancho.
Por sua vez, é com o tema “Pombal é um Jardim” que a Marcha do Município de apresenta ao público. Com o rosa a dar cor aos fatos, os cerca de 40 colaboradores da autarquia, ensaiados desde Abril por Kelly Lisboa, vão actuar ao som da música de Vítor Gonçalves, escrita por colaboradores do município. Depois de Pombal, o grupo tem actuação prevista para Soure, também este mês.
Bairrismo ‘ressuscita’ Marcha de Vermoil…17 anos depois
Terça-feira, 21h30. No salão da associação de Matos da Ranha está tudo a postos para mais um ensaio da Marcha de Vermoil. No local já estão também, cuidadosamente alinhados, os fatos e os arcos que hão-de dar colorido à festa do próximo dia 10 de Junho.
Desde há dois meses que o grupo de cerca de meia centena de pessoas, onde se incluem os 16 pares de marchantes, se junta na sede da colectividade para preparar a actuação em Pombal, sob a coordenação de Pedro Pataco. Há 17 anos que a freguesia não vivia o frenesim próprio dos festejos associados aos santos populares.
A história da marcha de Vermoil remonta ao início da década de 90, inicialmente com a designação de Marcha dos Matos da Ranha e só mais tarde, em 2006, como Marcha da Freguesia de Vermoil. O projecto estava parado desde então, até que Carla Mendes e Pedro Pataco, tesoureira e secretário do executivo local, respectivamente, decidem, em boa hora, reactivá-lo. “Havia muita gente que quando se falava nas marchas manifestava interesse em retomar”, conta a dupla de mentores.
O desafio foi então lançado à comunidade e a resposta ao repto não tardou. No total, cerca de 50 pessoas ‘arregaçaram as mangas’ para retomar o projecto, alguns deles já repetentes e que voltam agora acompanhados dos filhos, como é o caso de Pedro e Natália.
No grupo, o espírito bairrista não se circunscreve às fronteiras do território vermoilense. Há quem venha das freguesias de Pombal, Meirinhas e Albergaria dos Doze. “Somos uns aglutinadores das freguesias”, diz o presidente de Junta, em tom de brincadeira, que assume, neste regresso da marcha, o papel de padrinho, acompanhado da esposa, Ana Paula Gomes.
A estes nomes juntam-se o de Isabel, Olinda, Otília e Rosa, o quarteto que irá cantar a música que se há-de ouvir durante a actuação, acompanhadas da Sociedade Filarmónica Vermoilense, cujos músicos fizeram parte da primeira fase da marcha.
Para além da cidade de Pombal, a marcha de Vermoil tem também já em agenda uma deslocação à Ranha de São João.
Com o projecto retomado, os mentores esperam que estejam lançados os dados para que “o projecto continue a brilhar” por muitos mais anos.