Onde é que estava há 25 anos?

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António Pires | antoniojosecpires@gmail.com

A petulância da Angela Merkel com a história do número de licenciados em Portugal (e Espanha) só não me faz rir pelo arcaico da ideia e por estar a falar do meu país, vejamos:

A percentagem de licenciados em Portugal está abaixo da alemã e da europeia;

O ensino vocacional e o ensino superior não são incompatíveis, são antes complementares;

Se temos 17,7 % de licenciados, isto significa que 82,3 % da população não tem formação superior, ou seja, há população para o ensino vocacional;

Há licenciados portugueses a concorrer, em termos de emprego a nível global, com licenciados de outros países, por exemplo, da Alemanha;

Às tantas teríamos licenciados alemães a trabalhar em Portugal e Espanha e nós, só com trabalhadores do ensino vocacional, a servir os alemães;

Provavelmente, para alguns, a ideia do povo ignorante ser um povo feliz é uma ideia feliz e um futuro conveniente.

A demência da chanceler teve resposta, à altura, do nosso Ministro da Educação: não temos licenciados a mais, continuaremos a investir no ensino superior, continuaremos a investir no ensino vocacional – e mais não disse, porque nada mais há a dizer!

Há 25 anos, estava esta senhora na sauna, isto segundo a France Press, quando o muro de Berlim caiu. Se fosse hoje, em Vila Franca de Xira, a senhora não podia estar na sauna por causa da legionella.

Depois do Ébola (ou durante) ataca a legionella. Primeiro, 40 casos, depois 90 e agora 200. Francisco George, o célere diretor-geral de saúde, aparece sempre nos media quando algum vírus nos vem atormentar. O problema aqui é que Francisco George leu em algum lado que deveria serenar população e julga que, para isso, tem de ter sempre uma postura de desvalorização que, ao invés de acalmar, deixa é a malta em sobressalto. Parece até, que em termos profissionais, o Diretor Geral será cauteloso, mas os comunicados deixam uma sensação de insegurança. No caso da legionella, o Ministro resolveu puxar a si os comunicados, os esclarecimentos e os avisos, e fá-lo muito melhor que Francisco George. Se por um lado, dá conta em concreto das ações no terreno no sentido de identificar o foco, por outro esclarece quanto ao desenrolar do surto e ao estado dos doentes internados. Isto serena, e consolida a imagem que se tem dum Ministro que já passou pela banca, pelas finanças , agora pela saúde, e que, sem a verborreia vazia de muitos, ou inaugurações ou espalhafato eleitoralista, se vai impondo como político, com conhecimento de causa e trabalho, deixando melhor os serviços por onde passa. A ver vamos o que lhe reserva o futuro!