O presidente da Assembleia Municipal de Ansião, José Miguel Medeiros, teve de recorrer ao seu voto de qualidade para aprovar o orçamento municipal para 2018. O documento registou uma abstenção, 13 votos a favor, da bancada socialista, e 13 votos contra da oposição social-democrata.
O primeiro orçamento do executivo camarário presidido pelo socialista António José Domingues ascende a 12,4 milhões de euros, tendo como foco “o desenvolvimento económico” do concelho. Na opinião do autarca, “é um orçamento que dá início a um novo rume de desenvolvimento e que vai apostar claramente no desenvolvimento económico, na criação de emprego e na fixação de pessoas”.
Um dos investimentos previstos será a “concretização da expansão do parque empresarial do Camporês”, orçado em 2,5 milhões de euros e apoiado por fundos comunitários, refere. Segundo António José Domingues, haverá também “uma aposta na promoção do território e da marca Ansião, através da relevância dada à cultura e ao turismo”. “Neste momento, estamos a iniciar um processo de análise para se poderem criar projectos que possam afirmar Ansião cultural e turisticamente”, avançou o edil socialista, explicando que no final de Janeiro já haverá “um esboço” dessas intenções, tendo sido deixado “um reforço de verbas para as duas áreas”.
Em 2018, a Câmara prevê ainda realizar investimentos na rede viária, recuperar o mercado municipal e reabilitar edifícios da autarquia.
De acordo com o autarca, na área da protecção civil, haverá um aumento “do subsídio ordinário para os bombeiros para 50 mil euros e um subsídio extraordinário de 150 mil euros” para a mesma corporação local. Haverá ainda “uma disponibilização orçamental de cerca de 300 mil euros para acções no espaço rural de prevenção da defesa da floresta contra incêndios”, seja com iniciativas de limpeza ou de vigilância das matas, realçou António José Domingues.
Na sua declaração de voto, os social-democratas, que geriram a autarquia ao longo dos últimos anos, consideram que “o documento apresentado é eminentemente técnico, limitando-se quase em exclusivo à apresentação de números e distribuição de verbas, não se configurando como um documento estruturante, nem apresenta as principais linhas orientadoras, como seria expectável no início de um novo mandato autárquico, carecendo de estratégia política em termos de áreas de intervenção”. Referem-se, nomeadamente, projectos e acções por objectivos em áreas tão diversas como Protecção Civil, Administração Geral, Educação, Saúde, Acção Social, Ordenamento do Território e Urbanismo, Ambiente, Cultura, Desporto, Juventude, Indústria e Energia e Turismo, entre outras.
“Estamos perante uma proposta desprovida de estratégia”, realça a oposição, afirmando que “quando se propõe um documento de grandes opções do plano, com projectos e verbas para quatro anos, exige-se que seja apresentada a estratégia para o respectivo mandato”.