Os probióticos e o sistema imunitário

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Nestes tempos de pandemia de Covid-19, há várias palavras que vamos ouvindo falar várias vezes nos telejornais, jornais, revistas, notícias, e duas dessas palavras, são sistema imunitário. É natural que isso aconteça , e a própria ciência tem isso muito bem estudado e sabe nos dar várias respostas sobre o seu complexo funcionamento e ação, na nossa proteção contra os “agressores”, bem como a sua contribuição para a nossa saúde e bem-estar.

Sabe-se que 2/3 do sistema imunológico está presente no sistema gastrointestinal, daí ser importante estarmos especialmente atentos ao seu funcionamento e cuidarmos bem dele (como por exemplo, ter uma alimentação saudável, boa ingestão de fruta e hortícolas/legumes da época, o consumo de peixe e de carnes mais brancas, o exercício físico, o sono adequado, peso equilibrado), contribui para um equilíbrio saudável das trilhões de bactérias benéficas presentes no intestino.
Hoje, a ciência alcançou um nível sólido de entendimento das correlações observadas entre a estrutura e composição do microbioma intestinal (vários tipos de bactérias presentes no intestino) e o estado de saúde ou doença.
Também se sabe, que existe uma relação cada vez maior entre o cérebro e o intestino, e vice-versa, e o impacto que isso tem na saúde e bem-estar, no peso e no humor.

Nesse sentido, os probióticos podem ajudar na promoção do bom funcionamento gastrointestinal, o bem-estar geral e a proteger de algumas doenças e infecções. A Organização Mundial de Saúde define probióticos como “organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro”.

os probióticos podem ajudar na promoção do bom funcionamento gastrointestinal, o bem-estar geral e a proteger de algumas doenças e infecções.

As bactérias probióticas podem interagir com as bactérias do intestino para reforçar as nossas defesas, aumentar as respostas contra os “agressores” e promover uma ação mais eficaz na ação defensiva contra agentes estranhos ao organismo.

Durante as últimas décadas, vários probióticos demonstraram prevenir e / ou diminuir a duração de infecções bacterianas ou virais. A maioria das informações disponíveis hoje sobre o reforço da saúde imunológica por meio de probióticos foi demonstrada em modelos animais.

Alguns alimentos são ricos em probióticos naturais. Alguns exemplos desses alimentos incluem:

Iogurte natural: são a principal e mais fácil fonte de probióticos no mercado, mas também existem versões de iogurtes com sabor que mantém as bactérias benéficas vivas;
Kefir: é um produto fermentado com levedura e bactérias que fica semelhante ao iogurte, mas possui um teor mais elevado de probióticos;

Leite fermentado: são produtos especiais que geralmente contêm Lactobacillus adicionados pela indústria, sendo o Yakult o mais famoso;

Kombucha: uma bebida fermentada feita principalmente a partir do chá preto;

Produtos orientais à base de soja, legumes e verduras, como Miso, Natto, Kimchi e Tempeh, que podem ser comprados em lojas especializadas;

Chucrute: é feito a partir da fermentação das folhas frescas do repolho ou da couve;

Picles: para fazer esse alimento, os pepinos são colocados em água e sal, deixando fermentar por um tempo;

Levedura natural: é um cultivo composto por leveduras e bactérias que são naturalmente encontradas no ambiente, e que pode ser utilizado na preparação de diversos produtos, como pães, tortas e bolos.

Além desses alimentos, alguns queijos também podem possuir cultivos vivos de microrganismos com propriedades probióticas

Para manter a flora saudável, aconselha-se o consumo de pelo menos 1 alimento fonte de probióticos por dia, especialmente durante e após o uso de antibióticos, que acabam por destruir a flora intestinal.

Cuide do seu intestino, cuide de si e da sua saúde.

Proteja-se!

Até breve.

António Cordeiro
Nutricionista
CP: 0728N

anto_cordeiro@sapo.pt