Pandemia provoca quebra nas receitas da PMU

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Foi apresentado recentemente, em reunião de câmara, o Relatório de Execução Orçamental da PMU Gest relativo ao segundo trimestre deste ano. Um documento que demonstra, conforme já seria esperado, uma significativa quebra nas vendas da empresa durante os meses de pandemia. Segundo os números avançados, estas perdas serão na ordem dos 72 mil euros, quando comparadas com o mesmo período do ano passado. A quebra mais elevada diz respeito ao estacionamento pago e tem a ver, sobretudo, com o período de 58 dias em que o Município de Pombal decidiu não cobrar pelo estacionamento na cidade. A empresa fez menos 27 mil euros no segundo trimestre do que havia feito em 2019. Diogo Mateus diz que algumas destas perdas podem ser recuperáveis, nomeadamente na área agro-florestal, sendo que os trabalhos deverão ser melhor programados, enquanto na publicidade o objectivo tem sido o de tentar manter os clientes.
Mas no executivo há quem entenda que este é o momento para repensar a empresa. O vereador Michael António, do Movimento Narciso Mota/Pombal Humano, analisou o primeiro semestre de 2020 e chegou a essa conclusão. “Na minha opinião, a empresa não tem sido bem gerida”, afirmou, acrescentando não ser a favor que o administrador da PMU Gest seja o mesmo da PombalProf, que gere a Escola Tecnológica e Artística de Pombal (ETAP). “Há um alheamento do presidente do Conselho de Administração em relação à PMU Gest”, entende o vereador. Michael António lembra que a empresa teve um lucro em 2018 próximo dos 3 mil euros e um prejuízo em 2019 que ultrapassou os 28 mil euros. No primeiro semestre deste ano, acumula já um prejuízo de 40 mil euros. Em relação ao Café Concerto, o vereador diz que só há duas opções a tomar. Ou se assume que é um local “para vender cultura” e arranja-se conteúdo programático que até pode ser contratado com a câmara, ou “se é para vender uns cafés e fazer concorrência a outros espaços, fecha-se”. Já Narciso Mota entende que “uma empresa não pode ser sempre dirigida por um prisma economicista”, mas que a Cafetaria do Castelo e o Café Concerto tem de se tornar mais atractivos para que justifiquem a sua continuidade. Contudo, o ex-presidente de câmara fugiu um pouco ao tema PMU Gest e acabou por centrar as suas críticas na gestão da ETAP. Disse que há muitos professores que têm saído da escola por estarem desmotivados e que não interessa ter mais alunos se a qualidade do ensino se deteriora.
Na intervenção final, Diogo Mateus centrou-se de novo nos números da execução orçamental, referindo que as únicas áreas onde as perdas são atenuadas em relação a 2019 são as que dizem respeito a actividades em que o Município é o principal cliente. “Uma das consequências imediatas é que o maior cliente da PMU Gest vai ser o Município de Pombal que deverá passar os 50 por cento do total das vendas da empresa, o que não é recomendável”.

*Notícia publicada na edição impressa de 05 de Setembro