A empresa municipal PMUGest – Pombal Manutenção Urbana e Gestão vai lançar novos serviços ligados ao ambiente, que consistem essencialmente na recolha de resíduos porta-a-porta. Esta aposta em novas áreas de negócio é acompanhada por um investimento previsto de 250 mil euros, que é “todo ele garantido por autofinanciamento”, sublinhou a vice-presidente da autarquia.
No próximo ano, a PMUGest vai apostar no “lançamento de novos serviços ligados ao ambiente”, informou Isabel Marto, adiantando que é intenção da empresa municipal “criar um conjunto de serviços de recolha de resíduos porta-a-porta para aumentar o nível de recolha selectiva no concelho”.
Esta recolha selectiva porta-a-porta abrange os electrodomésticos fora de uso, resíduos verdes e resíduos de demolição e construção, a iniciar no segundo trimestre de 2023, enquanto a recolha de biorresíduos no canal Horeca deve arrancar apenas no último trimestre do próximo ano, esclareceu a autarca, salientando que “o serviço ainda não está fechado, porque carece de uma premissa que necessita de aprovação do executivo municipal”.
A implementação destas novas áreas de negócio canaliza grande parte do investimento da PMUGest para 2023. A empresa municipal tem “um volume de investimento total previsto de 298.500 euros para o próximo ano”, dos quais 250 mil euros destinam-se a adquirir um veículo e um equipamento para pôr em prática a recolha e transporte de resíduos porta-a-porta.
Os novos serviços agradam aos vereadores do PS, uma vez que estas actividades “são necessárias” por contribuírem para “uma melhor reciclagem deste tipo de resíduos”, evitando que sejam “lançados nas nossas matas e à beira das estradas”, justificou Odete Alves.
ESTACIONAMENTO PAGO VAI AUMENTAR “LIGEIRAMENTE”
Mas nem tudo são boas notícias. A PMUGest também pretende aumentar “ligeiramente” o número de lugares de estacionamento pago na cidade de Pombal, por considerar que “está retomada a actividade comercial e de serviços na sua plenitude”. “É expectável” que o aumento de estacionamento pago seja acompanhado pelo “incremento dos meios de pagamento alternativos, nomeadamente a Via Verde”, pode ler-se no plano de actividades e orçamento da empresa municipal para 2023.
Actualmente, a PMUGest tem a gestão e fiscalização de 422 lugares de estacionamento na via pública, a que acrescem mais 61 lugares no Parque de Estacionamento Subterrâneo na Praça Marquês de Pombal.
Ora, tendo em conta a “reduzida oferta de estacionamento na cidade de Pombal”, a opção de estacionamento pago “revela-se crucial para promover a rotatividade da ocupação e incentivar a utilização de meios de mobilidade suave nas deslocações dentro do perímetro urbano da cidade”, refere o mesmo documento.
A vereadora Odete Alves alertou que “a possibilidade de aumentar as áreas de estacionamento pago é uma matéria que divide a opinião pública”. “Percebemos que é preciso limitar o estacionamento para haver redução de viaturas, mas temos de compreender que no centro da cidade quase não é possível estacionar sem ser a pagar”, advertiu.
A socialista recordou ainda que “os comerciantes queixam-se frequentemente” que “há muita gente que já evita vir à cidade por não ter estacionamento sem ser a pagar”. Portanto, antes de se avançar com essa medida, é preciso perceber se há “lugares de estacionamento suficientes para acolher todas as pessoas que trabalham, residem e estudam em Pombal”.
“PLANO DE INVESTIMENTO PLURIANUAL É PRUDENTE”
A vice-presidente da autarquia assinalou ainda que “o plano de investimento plurianual [PPI] é prudente”, no sentido em que “todo ele é garantido por autofinanciamento”.
Isabel Marto destacou igualmente o “equilíbrio das contas” da PMUGest que, a manterem-se assim, demonstram que “o risco é diminuto e faseado por forma a ganhar novos segmentos de mercado”.
As previsões para 2023, que apontam para um resultado líquido superior a 70 mil euros, vêm no seguimento das apostas feitas este ano, em que “o investimento feito tinha como objectivo substituir equipamentos e aumentar a capacidade para ganhar novos mercados” e, assim, “criar um crescimento sustentável”, concluiu a autarca.
“O PPI parece-me ser bastante prudente, equilibrado e realista, o que denota algum cuidado da nova direcção”, admitiu Odete Alves. Porém, é preciso ter em atenção que “a curto prazo a PMUGest terá de investir no seu activo”, porque “tem muitos equipamentos que terão de ser substituídos”.
Carina Gonçalves | Jornalista
*Notícia publicada na edição impressa de 10 de Novembro