O concelho de Pombal perdeu mais de quatro mil habitantes na última década, o que representa uma quebra de 7,4%, registando agora uma população de 51.178, segundo os dados preliminares dos Censos 2021, divulgados a 28 de Julho pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com as estatísticas, entre 2011 e 2021 o concelho perdeu 4.067 pessoas, passando de uma população de 55.245 residentes para 51.178.
“Esta perda de população coloca-nos ao nível dos concelhos do Pinhal Interior e somos mesmo o concelho do distrito de Leiria com mais perda de população”, lamenta a vereadora socialista, defendendo que estes dados “confirmam que Pombal, de facto, não é um território atractivo para as pessoas”.
“Isto é consequência de políticas erróneas ao longo de vários anos”, mas também da “falta de políticas de habitação adequadas para a fixação de jovens”, considera Odete Alves, mostrando-se “preocupada” com “este nível de perda de população e de fraco desenvolvimento comparando com outros concelhos do Pinhal Litoral”.
Para a candidata do PS à Câmara de Pombal, a solução passa por “políticas de atracção de investimento e a aposta forte no turismo, nas pessoas, na melhoria da qualidade de vida e em políticas de habitação adequadas”.
“É algo inédito comparar Pombal com os concelhos do interior”, lamentou o vereador Michael António, que também está “preocupado” com estes números, que resultam de “políticas erráticas de investimento no sector económico e industrial”.
“Desde o início do mandato que venho a insistir nas prioridades de desenvolvimento económico, desenvolvimento industrial, captação de investimentos e empresas, na fixação de pessoas e emprego e no desenvolvimento turístico”, evidenciou, constatando que os últimos orçamentos municipais reservam uma percentagem muito reduzida de investimento para estas áreas.
“Isso é que mata um território”, sublinhou Michael António, advertindo que “as pessoas vão para onde têm futuro”.
“A mim, estes dados não me surpreendem nada”, referiu o presidente da autarquia, explicando que estes dados resultam da actualização da morada, aquando da renovação do cartão de cidadão, de pessoas que já estavam no estrangeiro, mas mantinham a morada no concelho. Isso também explica a “situação sui generis” verificada em 2011, em que “o número de eleitores era superior ao número de residentes no concelho”.
Ainda assim, Diogo Mateus reconhece que o concelho pode ter perdido população, embora seja um número menos significativo. Apesar disso, o autarca recorda que “a carga fiscal nunca teve tão baixa, o apoio às famílias nunca teve tão alto, os investimentos nos transportes públicos aumentaram, o ensino para as crianças é tendencialmente gratuito e paga-se menos IMI e menos derrama”.
“Isto não quer dizer que tudo está no bom caminho” e “os resultados não são imediatos”. Por outro lado, é preciso “olhar para estes dados com lucidez” para perceber que “tínhamos situações que não estavam regulares” e “hoje os dados estão mais afinados e permitem-nos ter noções mais evidentes” quanto à realidade, concluiu.
Carina Gonçalves | Jornalista
*Notícia publicada na edição impressa de 12 de Agosto