Vendo os números e os gráficos, é impossível não reparar numa tendência clara nos últimos 3 actos eleitorais autárquicos e legislativos em Pombal: o PSD está em queda livre e a perder eleitores. E há vários fatores a contribuir para este facto. Desde logo, ter o poder há tantos anos entedia as pessoas, mesmo que o trabalho tivesse sido bom (que até o foi, por vezes). Depois, não podemos dissociar daqui um forte desgaste interno do PSD de Pombal, com a sucessão de Narciso Mota para Diogo Mateus – que nunca foi aceite pelo primeiro -, as lutas internas pelo poder – que se acentuarão ainda mais nos tempos que aí vêm e, last but not least, o modo de governação de Diogo Mateus. Em completo contraste com o seu antecessor como presidente, Diogo Mateus tem uma liderança distante do comum mortal pombalense e isso é uma lacuna que o povo não tem por hábito perdoar. Depois, a ideia que tem passado é que os seus vereadores são uma espécie de marionetas que dançam ao som da música proporcionada pelo grande líder, que põe e dispõe dos seus serviços como um empresário despede ou contrata numa multinacional, mas aqui sem direito a indemnização, claro. Ainda há poucos dias pudemos ver um vereador a ser afastado dos seus pelouros. Desconheço os motivos de tal decisão mas custa-me sempre ver um autarca a tentar “despachar” um político mais novo, soa a medo de futura sombra. Seja como for, e Diogo Mateus até pode ter tido motivos para tomar a decisão radical que tomou mas esta gestão conturbada e vingativa na CMPombal fica na memória das pessoas.
Cada vez mais sinto em Pombal uma crescente vontade de mudança e espero que os meus camaradas do PS Pombal consigam ter equipas fortes em todas as Freguesias e para a Câmara e atraiam os pombalenses de esquerda com maior potencial eleitoral para um projeto político que tem forçosamente de ser vencedor nas próximas autárquicas. O ciclo do PSD em Pombal está a chegar ao fim mas para se dar a mudança é preciso uma força na oposição que inspire confiança aos Pombalenses.
Raul Testa
Jurista