PRIMEIRO ESTRANHA-SE, DEPOIS ENTRANHA-SE | Continuar a Avençar

0
1255

A 10 de fevereiro de 2021 foi constituída a empresa Diálogo Emergente, tendo a sua sede no concelho de Lisboa, exercendo a atividades relacionadas com relações públicas e comunicações.
Segundo consta, por investigação da revista Sábado, foi enviado um email a 17 de setembro desse mesmo ano, passados sete meses desde a constituição da empresa visada, a nove dias das eleições Autárquicas. Anexados a esse email estavam dois panfletos da candidatura “Somos Todos Mafra” onde se incluíam os rostos dos candidatos do PS à Camara Municipal de Mafra e à Assembleia Municipal de Mafra. Coincidentemente essa empresa em questão, sem histórico no mercado e que por mero acaso tem como sócios os socialistas Rui Pedro Nascimento e Duarte Moral – curioso nome este último – ex-acessor de António Costa no governo e na Câmara de Lisboa. Esta relação é consumada graças a Sérgio Santos, candidato a deputado nas legislativas deste ano e é vereador da Câmara Municipal de Mafra desde 2013.
Consta-se que nessa concelhia, o PS gastou 27 mil euros em material de propaganda nas Autárquicas. Tinha um orçamento de cerca de 30 mil euros e que gastaram cerca de 40 mil, sendo que gastaram 12 mil com a empresa Diálogo Emergente e ainda que devem mais de 9 mil euros. Semelhante a esta empresa, há outras empresas visadas, por mero acaso, também de militantes do PS.
Sérgio Santos, candidato a deputado nas eleições das legislativas 2022 nas listas do Partido Socialista. É a terceira vez que aparece nas listas das Legislativas nas listas do mesmo partido pelo círculo de Lisboa. Parte-se do pressuposto que António Costa, secretário geral do PS e também cabeça de lista do mesmo círculo conhece Sérgio Santos, porém, como é bom na arte de sacudir a água do seu capote, quando confrontado com a investigação da revista Sábado, se mantinha a confiança política em Sérgio Santos este prontamente respondeu “Não sei, não faço ideia de quem é que está a falar”.
Mas livre-se de pensar que a Câmara de Mafra é um caso isolado. A 5 de março de 2020, com sede em Lisboa, é constituída a empresa Reference Partner. Uma empresa que oferece atividades de consultoria para negócios e gestão. Mais uma empresa que, por obra do acaso, é de um membro do PS, Ricardo Pires, assessor de imprensa no Parlamento, Adjunto para as questões de imprensa na sede nacional do Partido Socialista, Técnico no Gabinete do Presidente da Câmara Municipal de Sintra.
Desde a data da criação até ao dia 26 de janeiro de 2022, esta empresa consegue uma quantia superior a 220 mil euros em contratos, maioritariamente com Juntas de Freguesia e Câmaras Municipais.
Contratos esses bastante interessantes, como por exemplo um contrato com o Adjudicante a Freguesia da Penha de França, a 24 de março de 2021, cujo objeto de contrato é, e passo a citar, “a aquisição de 20.000 unidades de pacotes de rebuçados da marca “Penha” no âmbito do dia do Pai na Freguesia da Penha de França.”, preço contratual 13.500 euros. Mas o caso mais gritante é precisamente o do dia 26 de janeiro de 2022, com preço contratual de mais de 53 mil euros, nessa mesma freguesia. O objeto de contrato? Aquisição de serviços de consultoria executiva e operacional no âmbito do relacionamento da Junta com os cidadãos e demais entidades.
Uma coisa é certa, não podem dizer que os portugueses não têm espírito empreendedor principalmente os socialistas. E está tudo encaminhado para continuar a avençar nos próximos 4 anos.

Cristiana Areia
Engenheira Química | Membro da Iniciativa Liberal Pombal

*Artigo de opinião publicado na edição impressa de 03 de Fevereiro