PRIMEIRO ESTRANHA-SE, DEPOIS ENTRANHA-SE | Ministério T(r)emido

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A ministra da Saúde, Marta Temido, também conhecida como a ministra mais popular deste governo, teve o infortúnio de passar por um período pandémico e uma queda de governo. É graças a estes momentos fulcrais que se deve o estado que atualmente se vive no Sistema Nacional de Saúde (SNS). Ou assim ela o afirma.
De certo modo estou de acordo com tais palavras, pois, estes momentos serviram para mascarar o estado que o SNS, que se encontra débil já há uns longos anos.
Acontece que, depois de ter sido noticiado o caso de uma mãe ter perdido o bebé no dia 8 de junho, por alegada falta de obstetras para assistir no parto do hospital das Caldas da Rainha foi deixado às claras que as urgências não estão a funcionar como deviam.
Desde então somos bombardeados com notícias constantes do caos que se passa nas urgências nos hospitais, como São Francisco Xavier, Caldas da Rainha, Barreiro e Setúbal. É também um dos visados o hospital de Braga.
Consta-se que o serviço de obstetrícia do Hospital de Braga esteve encerrado no fim de semana e muitas das doentes estão a ser aconselhadas a ir e a ser encaminhadas para os hospitais de Viana do Castelo, Guimarães e Famalicão, casos mais graves são encaminhados para o São João no Porto.
Nos últimos meses saíram deste hospital nove obstetras, entre as quais a diretora de serviço. O que se traduz num cenário preocupante, num hospital que serve mais de um milhão de utentes.
O hospital de Braga foi considerado o melhor do país em 2018, com classificação máxima em oito área clínicas. O que aconteceu desde essa altura até ao culminar desta situação? Em 2019 finalizou a parceria público-privada (PPP) do hospital com o Grupo José de Mello Saúde, que já durava desde 2009. Com certeza algo que fora muito aplaudido pela Esquerda, que muito lutou e luta pelo fim das PPP na saúde. São razões como esta que demonstram que as ideologias podem ser um tanto perigosas.
Embora o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa acredita que fecho das urgências não se prolongará durante o verão pois, segundo este, a causa do encerramento de serviços de urgência decorre de situações especificas associadas a problemas de substituição, a ministra que tem o lugar tremido, apresentou as medidas a tomar para fazer frente à falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde durante os meses de verão em conferência de imprensa, sendo anunciado a criação de uma comissão de acompanhamento da resposta em urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos.
O primeiro-ministro, António Costa, mantém a confiança em Marta Temido, mesmo depois de opiniões como a do deputado socialista Sérgio Sousa Pinto, que defende a demissão desta, e nas medidas anunciadas, afirmou sexta-feira, 17 de junho, que parte dos problemas estará resolvida a partir de segunda, 20 de junho. É de louvar como o vão fazer num curto espaço de tempo algo que não foi feito durante estes anos que passaram, é sem dúvida eficiente da parte do governo.
Pelo sim, pelo não, há que precaver fazendo os contatos e preparativos necessários para um cargo europeu. Consta que Costa anda em digressão pela Europa, tendo percorrido sete países em dois meses e meio, como se não houvesse crise neste país à beira-mar plantado.

Cristiana Areia

Engenheira Química | Membro da Iniciativa Liberal Pombal