Bastou que a falta de condições da casa de um vizinho comovesse uma pessoa para que toda a comunidade quisesse contribuir. O caminho foi longo, mas o objectivo foi cumprido com sucesso e a obra é motivo de orgulho para todos os que se envolveram.
A dinamizadora do projecto, que prefere manter o anonimato, não escondia a comoção ao recordar o caso que mobilizou São Simão de Litém e Vermoil. A união de esforços entre particulares, empresas e a Câmara Municipal de Pombal resultou numa mudança radical na qualidade de vida de Pedro Dias Francisco, de 49 anos, cuja habitação em Arneiro das Roçadas foi totalmente remodelada.
A impulsionadora da acção conta que Pedro ficou sem mãe aos três meses e o pai, que tinha mais filhos, não podia sustentá-lo. Foi então acolhido por um casal que o criou “com muito carinho”, mas que nunca chegou a adoptá-lo. Os dois acabaram por falecer sem tratar de todas as questões burocráticas inerentes à adopção e à herança, pelo que o jovem, que tinha apenas a quarta classe e que “sempre foi muito protegido, nunca desenvolveu muito”, ficou desamparado e a viver na casa da família, que estava num chocante estado de degradação: “Ele tinha um alguidar em cima da cama porque chovia lá dentro. Chovia por todo o lado”. A certeza de que tinha de fazer algo para ajudar surgiu num momento em que via o noticiário da noite com o marido, que se compadecera de uma situação idêntica que protagonizava a peça jornalística: “Temos aqui ao pé alguém que está assim e a gente não faz nada”, disse.
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