PS de Pombal anuncia moção de censura ao executivo camarário

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A bancada do Partido Socialista (PS) de Pombal vai apresentar, na próxima Assembleia Municipal, uma moção de censura ao executivo camarário, presidido pelo social-democrata Diogo Mateus. O anúncio foi feito, na última reunião do executivo, pela vereadora socialista Odete Alves, também líder concelhia do partido, que mais tarde emitiu um comunicado divulgando a iniciativa.
Segundo a única vereadora do PS, a moção intitulada “Por um Pombal melhor” é “uma censura de protesto e um voto de alerta” ao trabalho do executivo que, na sua opinião, “tem sido inconsequente, ineficaz e errático”.
No comunicado enviado à imprensa, o PS reforça que a moção “é um protesto, pela ausência de uma estratégia de desenvolvimento para Pombal, pelo incumprimento das promessas eleitorais assumidas, nomeadamente em matéria de desenvolvimento económico, turismo, florestas, juventude e cultura, e também pelo desgoverno notório”.
“A ausência de projectos estruturantes para Pombal e a incapacidade reiterada em ouvir não só as restantes forças políticas, mas sobretudo os pombalenses, fugindo ao diálogo sério sobre o concelho, como, aliás, fez recentemente a propósito da requalificação do Jardim da Várzea, é inaceitável e temerário”, considera, adiantando que “há também uma ausência total de políticas de combate aos graves problemas demográficos que o nosso concelho enfrenta”.
Ainda, segundo o PS, “para além de tudo isto, vive-se neste momento uma total falta de autoridade do executivo camarário, assistindo-se sistematicamente nas reuniões de Câmara a verdadeiras batalhas entre o presidente da Câmara e os vereadores do seu partido, a quem retirou os pelouros à socapa”.
“Em cada reunião de Câmara, aumenta a desconfiança dos vereadores sem pelouros em relação à actuação do executivo camarário, associada não só ao facto do presidente lhes omitir informação que reputam de importante, mas também a suspeitas de irregularidades”, referem os socialistas, acrescentando que, “apesar de tudo isto, e fingindo não saber, não ouvir, nem ver, o PSD de Pombal renovou a confiança política em Diogo Mateus, validando toda esta actuação, não se esperando assim qualquer inversão de trajectória nesta gestão camarária”.
“O PS de Pombal não confia neste executivo camarário, nem se revê na sua postura, e interpela-o a uma mudança política que venha a determinar, por um lado, um modelo de desenvolvimento mais próspero e eficaz, em que a participação dos pombalenses seja mais activa e participada e por outro, que o foco central de actuação seja a resolução dos problemas do concelho e não as guerras político-partidárias”, lê-se no mesmo comunicado.
A iniciativa foi abordada pelo vereador Michael Mota António (NMPH), que embora seja crítico à actual gestão municipal, considera que a moção “não vai ter sucesso nenhum” sendo “a democracia a funcionar”.
Na opinião do vereador independente (que também já integrou executivos PSD), Diogo Mateus “está isolado” adiantando que “não é pessoa para liderar esta Câmara nem o concelho”, frisando que “tem falta de visão e de estratégia para o concelho”. No entanto, reconhece-lhe “qualidades políticas” e que “vivemos em democracia e os pombalenses votaram no projecto PSD”.
Já o presidente da Câmara, rebateu as críticas da oposição, sem se referir directamente à moção de censura. O edil referiu-se, entre outros aspectos, ao facto de Odete Alves pertencer “a um partido que ganhou as eleições legislativas em Portugal e governar em minoria” estar “com uma preocupação redobrada” em relação à governação da Câmara Municipal, “onde nunca foi tão reduzida a influência do presidente como hoje”.
Enalteceu, depois, à taxa de execução das Grandes Opções do Plano que, no final de Abril, situava-se em 21,57%, quando nos anos anteriores se cifrava em 19,96% (2019) e 15,3% (2018).
O PS tem quatro membros eleitos (mais um presidente de Junta), na Assembleia Municipal que é constituída, ainda, por seis eleitos (mais um presidente de Junta) do movimento independente Narciso Mota Pombal Humano (NMPH), dois eleitos do CDS-PP e um do Bloco de Esquerda, enquanto a bancada do PSD é constituída por 14 eleitos (mais 10 presidentes de Junta). Na Assembleia Municipal tem assento, igualmente, a presidente da Junta de Vila Cã, eleita como independente, através de um grupo de cidadãos.