Psicoterapia? Sim, obrigada!

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Atendendo aos mais recentes dados da Direção-Geral de Saúde no que toca à Saúde Mental (atentem às declarações desta semana do diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental), o estigma que ainda existe em relação à psicologia contrasta de forma gritante com as necessidades públicas. São cada vez mais os pedidos de observação motivados por depressões e problemas de ansiedade junto dos serviços públicos, e cada vez menor a capacidade de lhes fazer frente. Trata-se de uma (in)capacidade que em nada belisca a competência técnico-científica dos profissionais de saúde mental, mas que coloca em evidência o escasso número de recursos e respostas disponíveis. O completo desinvestimento na psicoterapia é preocupante! Se analisarmos os quadros técnicos das principais unidades públicas de saúde do país (e em especial os serviços de atendimento a crianças e adolescentes), observamos um número bem superior de médicos psiquiatras e pedopsiquiatras relativamente ao número de psicólogos clínicos. Há mesmo serviços centrais que, tendo psicólogo(s), não conseguem assumir um serviço de psicoterapia consistente, deixando-o a cargo de médicos bem intencionados mas, naturalmente, impreparados. Não é por acaso que ainda existe um estigma em torno da psicologia e da psicoterapia. Se as instituições de referência não a valorizam, como pode o cidadão comum fazê-lo? A psicoterapia é importante e, bem feita por quem de direito, pode fazer a diferença na vida de cada um! Vários estudos, incluindo aquele que tenho vindo a abraçar no tratamento da depressão em adolescentes, apontam para a importância da psicoterapia na intervenção das perturbações do humor e da ansiedade. E os meus dez anos de prática clínica, felizmente, vêm referindo que a investigação, neste domínio, não está errada!

Andreia Azevedo

Psicóloga/Psicoterapeuta

Diretora Clínica da(o) Psivalor