Quedas: acontece a todos, mas podemos tentar evitar!

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As quedas são uma das principais causas de lesões, hospitalizações e dependência na população sénior. À medida que a idade avança, diversos fatores aumentam o risco de quedas, incluindo alterações fisiológicas, condições médicas e, ainda, fatores ambientais. Existem algumas estratégias eficazes para prevenir quedas, que são essenciais para melhorar a qualidade de vida e a segurança de todos.
Primeiramente, é fundamental entender que existem vários fatores de risco associados às quedas como, por exemplo, a diminuição da força muscular, da mobilidade e do equilíbrio, problemas de visão, doenças osteoarticulares ou cardiovasculares, diabetes e até uso de medicamentos para a insónia. Por outro lado, a presença de obstáculos no ambiente, como tapetes soltos, escadas sem corrimão, iluminação inadequada e falta de barras de apoio nas casas de banho podem ser os causadores de uma queda acidental.
Um seguimento médico e pela equipa de enfermagem adequado é importante para que haja controlo apropriado das patologias crónicas conhecidas e revisão periódica dos medicamentos, com o objetivo de minimizar o uso de substâncias que possam causar tonturas ou sedação.
Além da avaliação médica, a prática de atividade física é uma das intervenções mais eficazes na prevenção de quedas. Exercícios que fortalecem os músculos, melhoram a flexibilidade e mantêm o equilíbrio, como tai chi, yoga e programas de treino funcional, são recomendados. A fisioterapia também pode desempenhar um papel importante ao proporcionar exercícios específicos e estratégias de movimentação seguras para indivíduos com limitações motoras.
A adaptação do ambiente doméstico é outra medida essencial na prevenção das quedas. Pequenas modificações podem fazer uma grande diferença! Instalar corrimões em escadas e barras de apoio em casas-de-banho pode ser uma ajuda, dar preferência ao uso de poliban com banco fixo ao invés da banheira e usar tapetes antiderrapantes também são medidas essenciais. Devemos garantir que todas as divisões da casa estão bem iluminadas e os interruptores acessíveis, remover tapetes soltos ou fios elétricos do chão e assegurar que os objetos de uso diário estejam ao alcance em prateleiras baixas, evitando a necessidade de subir escadas ou bancos. O ato de vestir e calçar deve acontecer com a pessoa sentada e deve-se evitar o uso de roupas compridas que possam causar tropeções. É também fundamental levantar devagar após estar deitado ou sentado para evitar quedas relacionadas com quebras de tensão.
A tecnologia pode também ser uma aliada: já existem dispositivos com alarmes de queda, sensores de movimento e sistemas de monitorização que podem ser uma segurança extra, especialmente para idosos que vivem sozinhos. Esses dispositivos podem alertar cuidadores rapidamente em caso de queda, permitindo uma resposta rápida e idealmente diminuindo as consequências das quedas.
Resumindo, a prevenção de quedas requer uma abordagem abrangente. Através de seguimento médico regular, exercícios físicos adequados, adaptações no ambiente doméstico e educação contínua, é possível reduzir significativamente o risco de quedas e, assim, promover uma vida mais segura e independente para todos.

Autoras:
♦Cláudia Reis Silva (à dir. na foto), médica interna de Medicina Geral e Familiar na USF São Martinho de Pombal
♦Janete Guimarães (à esq.), médica interna de Medicina Geral e Familiar na USF Marquês