“Recriar o combate ocorrido nas terras de Redinha e homenagear aqueles que morreram ao tentar defender o seu território”, é um dos objectivos da Junta de Freguesia ao promover, uma vez mais, a comemoração da Batalha ocorrida em 1811, que decorrerá este fim-de-semana (dias 16 e 17). “Ano em que esta vila foi palco de um dos mais trágicos acontecimentos ocorridos nesta região”, considera Paulo Duarte, presidente da autarquia.
Para o autarca, trata-se de “um acontecimento histórico cuja relevância não se circunscreve apenas à freguesia de Redinha ou ao concelho de Pombal, mas como um marco da nossa história nacional”. “Como tal, gostaríamos de lhe prestar a devida homenagem e de o afirmar cada vez mais como uma imagem de marca da nossa região”, afirma Paulo Duarte.
Segundo o presidente da junta de freguesia, “a encenação da batalha é sempre um dos momentos altos das comemorações e aquele que, pelo seu carácter lúdico, mais interesse desperta, não apenas na população local, mas nos muitos forasteiros que neste dia ocorrem à Redinha”.
Paulo Duarte considera que, “tendo em conta toda a logística, o esforço e o investimento dos intervenientes”, este ano o evento contará com mais um dia. Assim, no próximo sábado, será realizado um “serviço de restauração seguido de baile popular”. “Futuramente gostaríamos de poder alargar ainda mais o período das comemorações, bem como incluir outras actividades”, refere o autarca, frisando que tudo depende, no entanto, “da resposta que obtivermos quer em termos de afluência, quer em termos de colaboração por parte das diferentes entidades e associações da freguesia”.
Por sua vez, no domingo, as actividades previstas iniciam-se pelas 9h00 com a abertura da Feira de Antiguidades, Artesanato e Doçaria Regional. À mesma hora será celebrada missa em memória dos militares e civis que tombaram nos campos da Redinha.
Será realizada, também, uma caminhada pelas margens do rio Anços, bem como um desfile de ciclismo etnográfico.
Pelas 10h30 decorrerá a tradicional cerimónia do hastear das bandeiras, seguindo-se o lançamento de balões com mensagens de paz, pelas crianças da freguesia, com a actuação de um coro infantil.
Às 11h30 será prestada homenagem aos mortos em combate, no Largo da Guerra Peninsular, junto ao memorial, com a actuação da Filarmónica Louriçalense. A manhã terminará com a encenação histórica da batalha, junto ao rio Anços, com a participação da associação Viv’Arte.
Durante a tarde actuarão a Filarmónica Louriçalense, a Tuna da Universidade Sénior de Pombal, a Academia de Música Roda Viva, o Grupo de Danças e Cantares de Pousadas Vedras, e o Rancho Folclórico da Redinha.
Paulo Duarte não tem dúvidas que a comemoração da Batalha da Redinha “constitui mais um factor na promoção da freguesia e na atracção de visitantes”, destacando o facto de se tratar de “uma vila com uma história milenar e uma riqueza natural ímpar, capazes de atrair um número cada vez maior de visitantes”.
“As invasões francesas estão na génese dos acontecimentos mais trágicos ocorridos no concelho de Pombal nos seus quase 900 anos de história”, refere a organização do evento, acrescentando que “para além da mortandade ocorrida nos dias 11 e 12 de Março de 1811, em consequência das rudes batalhas ocorridas em Pombal e Redinha contra os invasores, durante cerca de quatro anos, entre 1807 e 1811, esta localidade foi inúmeras vezes atravessada por exércitos, franceses, portugueses, espanhóis e ingleses, e todos eles deixaram marcas penosas de sofrimento, de espoliação e de morte”.
“As maiores calamidades foram provocadas pelos franceses, não só pelos massacres que dizimaram a população, ou pelas pilhagens comparticipadas pelas tropas inglesas, mas sobretudo pelos incêndios que praticamente destruíram a vila”, refere, frisando que “acabada a guerra, o regresso daqueles que se refugiaram no meio das ruínas culminou com um surto epidémico vitimando centenas de pessoas”.