Não há como negar: o Outono chegou. É escusado negar o final do Verão apesar dos dias quentes. É que eles estão mais curtos e as folhas no chão denunciam a evidência: a estação mudou e apela à reorganização do guarda-roupa. Além disso, as capas das revistas nas bancas e as imagens das Fashion Weeks com que fomos bombardeados fazem crescer a urgência de adquirir novas peças para complementar o que já existe no armário.
Uma forma inteligente de se sentir melhor com o seu vestuário de Outono e em simultâneo evitar a sensação de que está sempre igual assim que o calor se vai embora é apostar nos casacos, já que são eles a peça mais visível nos seus outfits a partir de agora. Se tiver sete bons casacos, de que goste e com os quais se sinta bem (tão bonita como confortável), poderá atravessar a semana com looks notoriamente diversificados sem ter que pensar muito no que vai vestir por baixo deles.
Hoje partilho convosco algumas sugestões que pode adaptar ao seu roupeiro para que todas as manhãs sinta que tem variedade suficiente no momento de escolher o que usar para enfrentar o dia.
É um básico do guarda-roupa feminino e este ano continua incontornável. É mais frequente vê-lo na sua versão bege, contudo, as opções em rosa, verde olive e castanho ganham terreno nesta estação. Escolha um modelo que reflicta bem a sua personalidade sem fugir à essência clássica do trench coat, para que a compra continue útil durante muitos anos. Por se tratar de uma peça altamente versátil, pode vesti-la sobre jeans ou um LBD – será indubitavelmente uma aposta ganha.
É a estrela deste Outono/Inverno. Escolha o seu e use-o sobre peças lisas e de corte simples para evitar ruídos desnecessários – assim não há margem para erros. Se é criativa e arrojada, abuse e misture-o com um tartan na mesma paleta cromática. A harmonia é a chave para usar um casaco em animal print, sejam quais forem as suas tonalidades. Tenha a certeza de que está apaixonada por ele antes de o comprar e se sentir que esta peça é demais para si apesar de gostar dos padrões, prefira usá-lo nos acessórios, já que não criarão uma mancha tão grande no seu visual.
Não é de um azul qualquer que falamos. Eu chamo-lhe “azul-rede-social” porque é para isso que me remete: para as apps que marcam presença em todos os smartphones. Um casaco neste azul traz uma aura de modernidade a quem o veste exactamente por isso – alude à era digital. Use e abuse, em look total.
Vimos um aqui e outro ali, no Inverno passado. A moda não pegou e ao que parece, a tentativa continua nesta estação. O impermeável transparente tem uma vantagem de que os outros casacos não podem fazer-se valer: revela o outfit que escondemos debaixo de várias camadas de roupa durante os dias mais frios. Se não quer abrir mão de brilhar com o coordenado fantástico que escolheu antes de sair de casa, esta é a forma mais segura de garantir que não se perderá pitada do seu bom gosto.
Já não se aguenta a monotonia dos casacos pretos e cinzentos assim que chega o final da silly season. Não há argumentos que sustentem a ausência de cor nas ruas apenas porque o calendário diz que Outubro chegou. Este ano, fazemos concorrência às tonalidades quentes das folhas das árvores e arrastamos as cores alegres do Verão pela estação adentro. Vermelhos, laranjas, amarelos, verdes e rosas iluminam os rostos e quebram a absurda tradição das cores escuras na época em que os dias se tornam mais curtos.
Não é verde tropa nem verde escuro. É olive green e é uma alternativa fantástica aos tons aborrecidos que associamos ao Outono. Tem carisma e fica elegante sobre looks monocromáticos – experimente usá-lo sobre um coordenado totalmente bege ou simplesmente preto.
Um must-have: clássico, intemporal e inevitável. Os casacos castanhos, em tons ricos e com cortes estruturados, lembram a infindável quantidade de possibilidades que um bosque pode oferecer, no que às cores diz respeito. Pense em galhos secos, em terra, até nos esquilos e raposas que surgem nas ilustrações de livros infantis e traga esse imaginário para o seu dia-a-dia. Afaste-se do castanho escuro e sem vida – é tempo de usar cores que gritem.