O Rotary Club de Pombal atribuiu, este ano, a Homenagem ao Profissional a Helena Vale, da Confeitaria Vale. A distinção decorreu durante um jantar, realizado no dia 23 de Abril, no restaurante “O Tirol”, o mesmo onde o clube de serviços prestou também um reconhecimento público ao jovem Rodrigo Ferreira Feteira pelo mérito académico. Actualmente a frequentar o curso superior de engenharia electromecânica, em Coimbra, Rodrigo Feteira foi aluno da ETAP, onde se destacou não apenas pelos bons resultados académicos, mas sobretudo por ser “uma excelente pessoa”, como fez questão de realçar o director daquela escola profissional, Jorge Vieira da Silva. O jovem, residente em Água Formosa (Ilha), concilia os estudos com a vida profissional, com a particularidade de ser actualmente colaborador na empresa onde desenvolveu o projecto de final de curso (PAP), enquanto aluno da ETAP, tendo obtido a classificação máxima (20 valores).
Já o percurso pessoal e profissional de Helena Vale foi ali recordado por uma das netas. Num discurso onde as emoções ficaram reflectidas nas palavras, Vilma referiu-se à avó como uma “mulher de luta” cujo sonho “é a empresa”. Ao longo dos anos, “a sua luta foi sempre fazer tudo o que estava ao seu alcance para construir o que temos hoje: uma empresa familiar de sucesso, que leva o nome de Pombal a muitos países” e que é uma “referência no sector alimentar”.
Para além das qualidades profissionais, “é um ser humano maravilhoso”, como a descreveu Vilma Vale. “A melhor matriarca que poderíamos ter” e que coloca a família “sempre em primeiro lugar”.
Aos 50 anos ficou viúva de João Vale, com quem tinha estado casada 29 anos, e enfrentou, nessa altura, “uma adaptação muito dura”, como recordou a neta. Não desarmou e, juntamente com a família, continuou a batalhar para que a empresa crescesse. “Iniciámos então o nosso plano de exportação ao qual toda a família se dedicou de corpo e alma”, conta Vilma que, em nome dos restantes elementos, agradeceu a homenagem prestada à mulher que deu continuidade ao sonho dos pais, Wilma e António Ferreira. Em 1948, o casal mudou-se para a então vila de Pombal, mais concretamente para a Charneca, depois de se ter encantado com a terra e as gentes locais durante as Festas do Bodo, onde tinha estado a vender “Argolas”. Foi então aqui que iniciaram a produção de “Argolas” como único sustento da família e a que, mais tarde, viriam a chamar “Cavacas de Pombal”. Era o início de uma marca que haveria de chegar longe e onde cabem também os conhecidos “Beijinhos de Pombal” (inicialmente designados como “Cachopos”). Com a idade avançada dos pais, Helena Vale tomou as redes do negócio familiar, juntamente com o marido, mantendo sempre as receitas originais das Cavacas e dos Beijinhos.
Para Jorge Silva, presidente do Rotary Club de Pombal, Helena Vale é um “exemplo de dedicação e empreendedorismo”, referindo que a matriarca é, ainda hoje, “a alma da Confeitaria Vale”. Para o dirigente do clube rotário, a família não só soube “crescer e diversificar” o negócio, como é também um exemplo no apoio a várias causas sociais.
*Notícia publicada na edição impressa de 9 de Maio