Sector primário atrai cada vez mais jovens qualificados

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Na PORTUGAL AGRO, a Feira Internacional das Regiões, da Agricultura e do Agro-Alimentar que decorreu na FIL, em Lisboa, de 20 a 23 de Novembro, a “Mercearia – Terras de Sicó” foi o espelho da identidade sub-regional de um território onde tomam parte os municípios de Alvaiázere, Ansião, Condeixa-a-Nova, Penela, Pombal e Soure.

No stand promocional da Associação de Desenvolvimento Terras de Sicó estiveram representados os vários produtos da fileira agro deste território alicerçado em torno do maciço da Serra de Sicó. A par da exposição, o certame permitiu também a venda directa dos produtos.

Para o presidente da Terras de Sicó e também da Câmara Municipal de Ansião, que na inauguração ofereceu um cabaz de produtos à Ministra da Agricultura, a participação na feira representa não apenas o reforço da “afirmação da marca ‘Terras de Sicó’” como também uma oportunidade de os produtores estarem “noutros espaços, com outra dimensão”. E é por aí que passa, segundo Rui Rocha, o duplo papel da associação: “promover a Terras de Sicó e o território e, por outro lado, proporcionar aos nossos produtores aquilo que é um espaço que se calhar não teriam oportunidade de ter”.

“Isto é uma forma de terem também contacto com outro mercado, mais alargado, que também possa servir, através da experiência deles, como elemento catalisador para estimular outras pessoas que, no nosso território, possam estar despertas para estas oportunidades”, refere o autarca acerca da importância da presença no certame.

Oportunidades que, no entender de Rui Rocha, despertam cada vez mais interesse nos jovens, na sua grande maioria qualificados. “Há uns anos a esta parte, o sector primário foi um bocadinho desqualificado”, nota o edil, que aponta mudanças a este nível. “Nos últimos anos temos visto jovens, qualificados, a dedicar-se ao sector primário. Acho que é algo que não podemos perder de vista, antes pelo contrário”, sublinha Rui Rocha. O autarca acredita que o desenvolvimento económico destas regiões não pode ser indissociado do mundo rural. “Este é o nosso saber fazer, é aquilo que sabemos fazer melhor”, ou seja, “é uma das nossas identidades”, afirma.

O presidente reconhece, no entanto, que os receios de um negócio desta natureza não ser rentável afastam alguns interessados. “Aquilo que lhes queremos demonstrar, até aproveitando o Quadro Comunitário que agora aí vem, é que pode ser viável, e pode ser negócio as pessoas dedicarem-se àquilo que são os nossos produtos endógenos”, frisa. A Terras de Sicó pode ser “uma alavanca para estimular estes pequenos negócios”, salienta.

“Ainda esta semana foi aberto o aviso de candidatura para a Terras de Sicó começar esse processo de qualificação”, relativo a novos projectos. “Estamos a fazê-lo em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria e queremos continuar a desenvolver este trabalho nos próximos anos”, conclui.

Produtores satisfeitos

Licínio Carlos, de Pombal, foi um dos produtores que fizeram questão de marcar presença no certame. O empresário ligado ao ramo da charcutaria aponta elogios à participação da Terras de Sicó, por entender que “é fundamental” promover os produtos. “São micro-empresas que necessitam desta promoção porque não têm capacidade de o fazer de outra forma”, diz.

Pouco optimista em relação ao mercado nacional, Licínio Carlos tem procurado alargar fronteiras. “É mais fácil arranjar um cliente em França do que cá”, revela.

À marca “Campino”, que produz desde 2007, junta-se a “Fumeiros de Portugal”, criada há três anos, e vocacionada exclusivamente para o estrangeiro. Actualmente, a “Fumeiros de Portugal” está representada em França, na Alemanha e no Luxemburgo. “O objectivo é continuar a crescer”, assegura.

Com Licínio Carlos esteve também Maria Silvina Marques. A responsável pela queijaria associada à marca “Camponês da Sicó” aponta igualmente elogios à Terras de Sicó. A empresária destaca o apoio da associação na divulgação dos produtos.

O “Camponês da Sicó” é fabricado em Lagoa das Ceiras, na freguesia de Abiul, e está à venda em toda a região Centro do país e também no Norte. A empresa dá trabalho a 10 pessoas.