Utentes exigem mais “meios humanos e materiais” nos cuidados de saúde primários

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A recém-criada Comissão de Utentes dos Centros de Saúde da União de Freguesias de Santiago e São Simão de Litém e Albergaria dos Doze pretende “defender o direito à saúde” por parte da população, exigindo o “reforço de meios humanos e materiais” nas três unidades de saúde locais. Recorde-se que, neste momento, apenas o pólo de Santiago de Litém se mantém em funcionamento, mas não consegue dar resposta a todos os utentes daquele território.

Extensão de Saúde de Albergaria dos Doze

A comissão, que é constituída por fregueses e alguns militantes ou apoiantes do PCP e de outras forças políticas, “tem como objectivo defender o direito à saúde da população” da região de ‘Alitém’, exigindo o “reforço de meios humanos e materiais”, explica a representante da comissão, Maria José Anastácio.
Frisando que “a causa é de todos os fregueses”, a também eleita pelo PCP para a Assembleia de Freguesia esclarece que a comissão quer “uma resposta oficial à população”, que não tem obtido “qualquer resposta” às “diversas comunicações” enviadas “por diversas entidades” ao Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral (ACES-PL).
“A população da União de Freguesias de Santiago e São Simão de Litém e Albergaria dos Doze tem o direito de saber quais os planos do governo em relação à situação insustentável” que se verifica naquela zona, entende Maria José Anastácio, assinalando a situação caótica em que se encontram os serviços.
Em causa está o facto de não haver um médico permanente em Albergaria dos Doze e o encerramento da extensão de São Simão de Litém, que fechou há vários anos “sem que a população tenha sido informada”.
Às dificuldades que advêm destes encerramentos acresce ainda as necessidades sentidas no pólo de Santiago de Litém, que “carece de apoio logístico e recursos que permitam o seu funcionamento em pleno”, adiantou a representante da recém-criada comissão.
“Não toleraremos que se prolongue uma situação que implica que os fregueses sejam forçados a marcar consultas fora” do território da União de Freguesias, quando existe “em Albergaria das Doze instalações para o efeito”, sublinha, enaltecendo que “a população merece respeito”, pelo que tem “o direito a respostas”.
Recorde-se que a criação desta comissão surge cerca de três meses após o lançamento de uma petição pública “para ser submetida ao Ministério da Saúde”, a qual recolheu um “total de 500 assinaturas” manuais e online.
Tanto a petição como a comissão reclamam o direito consagrado na Constituição da República Portuguesa do Estado “assegurar o direito à protecção da saúde”, “garantindo o acesso de todos os cidadãos (…) a cuidados de saúde preventivos, curativos e de reabilitação”, bem como “a equidade de acesso em termos financeiros e geográficos”, através do “financiamento público dos custos em saúde”, conclui Maria José Anastácio.

Carina Gonçalves | Jornalista

*Notícia publicada na edição impressa de 03 de Fevereiro