Intervenção prevê a construção de nove rotundas e cinco meias rotundas. Empreitada tem a duração prevista de 20 meses, o que obrigará a desvios provisórios. Presidentes de Junta mostram-se receosos com a segurança das suas populações.

A Infraestruturas de Portugal (IP) consignou na semana passada, dia 14, a empreitada de requalificação do troço do Itinerário Complementar 2 (IC2), com cerca de 12 quilómetros, entre Meirinhas e Pombal.
A obra, que será executada pelo consórcio Construções J.J.R. & Filhos, SA e DESARFATE – Construções & Obras Públicas Lda., com início previsto para dia 24, conta com um investimento de cerca de 17 milhões de euros (ME), no âmbito do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), financiado pela União Europeia.
Na cerimónia de assinatura do Auto de Consignação, realizada na sede da IP, o presidente da Câmara de Pombal reafirmou que se trata de “um investimento ansiado pela população, que reside no território, mas também pela população que usufrui desta infra-estrutura verdadeiramente nacional”. “Estamos a falar de um dos eixos mais frequentados, com o maior fluxo de trânsito a nível nacional, e, portanto, este é um investimento que serve o país na sua globalidade”.
“Este é um investimento que serve o país na sua globalidade”
Pedro Pimpão enalteceu ainda que a requalificação do IC2 (EN1) irá “contribuir para a segurança rodoviária” e contribuir para uma “melhor circulação de tráfego”. O autarca apelou a quem vai liderar a intervenção para “minimizar ao máximo o impacto na vida quotidiana das populações durante a execução dos trabalhos” para que “as pessoas sejam o menos sacrificadas possível”.
É preciso “minimizar ao máximo o impacto na vida quotidiana das populações durante a execução dos trabalhos”
O presidente da Câmara abordou igualmente a ligação do IC2 à Auto Estrada do Norte (A1), assim como a continuidade do projecto de requalificação do IC2 (EN1) entre Pombal e a Redinha, complementando, desta forma, a intervenção que agora será iniciada no troço entre Meirinhas e Pombal.
Presidentes de Junta pedem segurança
Daniel Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Vermoil, diz que a requalificação do IC2, com as consequências que daí possam advir devido às obras, são “um mal necessário”. O autarca diz que a junta está a trabalhar com a IP e que “não estamos a conseguir encontrar uma solução melhor do que a que está prevista”.
Essa solução passa pelo desvio de trânsito durante algumas fases da obra, em situações pontuais. O desvio será feito no Barracão e levará os veículos a passarem pelo centro de Vermoil, o que “vai causar algumas dificuldades”.
Daniel Ferreira acredita que este recurso será usado nos primeiros meses da obra, segundo as informações que recolheu. E aproveita para lembrar a exigência que fez à empresa e ao Município de Pombal. “Quero que a estrada usada no desvio, no fim da requalificação do IC2, fique igual ou melhor do que está agora”.
O presidente da Junta de Vermoil lembra que foi colocada a hipótese de suspender a portagem da A1 no troço entre Leiria e Pombal mas que não teve o aval da tutela.
Também o autarca das Meirinhas se mostra renitente no que toca a esta matéria. “Reunimos com os responsáveis máximos da IP que, reconhecendo a necessidade de se proceder a alguns desvios, assumiram que todas as decisões relativas a desvios serão comunicadas e conciliadas previamente com as autarquias locais”, adiantou João Pimpão.
O presidente da Junta revelou, ainda, que a IP se comprometeu “que existirá o máximo cuidado com a criação de condições de segurança, em especial para peões”. Sobre esta matéria, João Pimpão aproveitou para anunciar também que o secretário de Estado das Infraestruturas, presente na assinatura do auto de consignação, deu nota de que “o processo de ligação do IC2 à A1 se encontra na mesa negocial entre o Governo e a Brisa”.

*Notícia desenvolvida na edição impressa de 20 de Março