Há uma equipa de profissionais de saúde que no último domingo de cada mês faz rastreios gratuitos à população para prevenir os acidentes vasculares cerebrais.
Há uma equipa de profissionais que no último domingo de cada mês, entre as 09h00 e as 13h00, faz rastreios gratuitos à população, no edifício da Junta de Freguesia de Pombal. Integram a delegação de Pombal da Associação Portuguesa de AVC (APAVC), nascida em Leiria, e têm como missão prevenir factores de risco associados aos acidentes vasculares cerebrais (AVC), sobretudo entre a população com mais de 40 anos.
Na liderança do projecto, no concelho, está Ana Ponciano, a médica pombalense que foi convidada pelo presidente da associação a abraçar este desafio. A acompanhá-la estão Valter Santos, também médico; António Gomes, nutricionista; Sara Dias, estudante de medicina; e Ricardo Ponciano, engenheiro alimentar. Uma equipa multidisciplinar onde “todos têm uma participação activa”, sublinha aquela responsável.
Une-os a amizade, mas sobretudo uma vontade imensa de dar um pouco de si aos outros. Fazem-no em regime de voluntariado, por entre a azáfama de uma vida profissional absorvente, conscientes de que podem fazer a diferença na saúde dos pombalenses. “Já nos conhecíamos todos de alguma maneira”, afirma Ana Ponciano. E isso, por si só, é factor de relevo numa equipa que, “em termos de ideias, é bastante dinâmica”, aponta a responsável pela delegação. Além disso, o projecto “tem sido um desafio”, reconhece a médica, que actualmente integra o corpo clínico do hospital de Leiria.
Por outro lado, o bichinho do voluntariado não é propriamente uma estreia entre os elementos do grupo. “Todos nós já fizemos algum tipo de voluntariado, no nosso percurso”, conta a clínica.
E os resultados alcançados com o projecto dão sinais de que estão no bom caminho. Desde Junho de 2015, data da abertura da delegação, até agora, já rastrearam cerca de uma centena de pessoas e, destas, a grande maioria regressa com regularidade para acompanhar a evolução. A adopção de hábitos de vida saudáveis é, no entender de Ana Ponciano, reveladora do “empenho das pessoas em melhorar”, assumindo-se como uma preocupação. “Quase metade da população é hipertensa e não sabe que o é”, adverte Ana Ponciano.
No rastreio, os voluntários procuram avaliar valores como os da glicémia capilar, colesterol total, triglicerídeos, tensão arterial, índice de massa corporal e até possíveis arritmias. Perante a informação recolhida, há depois que fazer o aconselhamento necessário para minimizar os factores de risco dos AVC. E isso passa “pela mudança de hábitos”, nomeadamente na alimentação, “com dicas muito práticas” e que podem fazer toda a diferença, explica Ana Ponciano. Em conjunto, procuram desenvolver “o melhor plano possível” para cada pessoa.
A médica faz também parte da Comissão Organizadora e Científica daquele que vai ser o primeiro congresso da APAVC, marcado para 23 de Julho, no Teatro Dr. Miguel Franco, em Leiria. Um evento que será presidido por Mota Tavares, médico no hospital de Leiria e que se dedica à área do AVC. O ciclo de conferências decorre a partir das 14h00.